segunda-feira, 8 de abril de 2013

Deus se Arrepende?

Deus Não Se Arrepende Como o Homem Meditação sobre 1 Samuel 15.11, 29 Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa. Depois que Saul desobedeceu a Samuel, Deus afirmou: “Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras” (1 Samuel 15.11). Alguns têm argumentado: visto que Deus se arrepende das coisas que fez, Ele não podia prever o que estava por vir. Por que Deus se arrependeria ou voltaria atrás, se Ele soubesse de antemão as conseqüências de sua decisão? Isto, porém, não é um argumento convincente contra a presciência de Deus. Primeiramente, porque o argumento admite que Deus não podia lamentar por uma situação que Ele mesmo resolveu produzir. Isto é falso no que diz respeito à experiência humana; além disso, (o que é mais importante) o coração de Deus é capaz de combinações complexas de emoções infinitamente mais notáveis do que as nossas. Ele pode ser capaz de lamentar por coisas que resolveu trazer à existência. Não somente isso, Deus também pode ser capaz de olhar para trás, contemplar o próprio ato de realizar aquele acontecimento e, sob um aspecto, lamentar aquele ato, enquanto o afirma como melhor, sob outro aspecto. Por exemplo, se eu disciplino meu filho por causa de desobediência ousada, e ele foge de casa porque eu o disciplinei, posso sentir remorso por aquela disciplina — não no sentido de que desaprovo o que fiz, e sim no sentido de que sinto tristeza pelo fato de que a disciplina era uma parte necessária de uma maneira sábia de lidar com a situação e, mesmo assim, a disciplina levou meu filho a sair de casa. Se eu tivesse de lidar com a mesma situação, eu o disciplinaria novamente, porque esta seria a melhor coisa a fazer. Embora soubesse que uma das conseqüências poderia ser a saída momentânea de meu filho, aprovei a disciplina e, ao mesmo tempo, lamentei por ela. Se essa combinação de emoções pode acompanhar minhas próprias decisões, não é difícil imaginar que a mente infinita de Deus seja capaz de algo semelhante. Ora, a questão é: a Bíblia ensina que Deus lamenta algumas de suas decisões no sentido que descrevi no parágrafo anterior (que não significa que Ele ignora as futuras conseqüências)? Ou a Bíblia ensina que Deus lamenta algumas de suas decisões, porque Ele não sabia o que estava por acontecer? A resposta é dada em 1 Samuel 15. Depois que o Senhor declarou: “Arrependo-me de haver constituído Saul rei” (v. 11), Samuel disse, com o propósito de esclarecer: “A Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa” (v. 29). O ensino deste versículo parece ser que, embora exista um sentido em que Deus se arrepende (v. 11), existe um outro sentido o qual esclarece que Ele não se arrepende (v. 29). Qual é a diferença? A solução é dada nas palavras “[Ele] não é homem”. Ou seja, quando Deus se arrepende, isso não é caracterizado pelas limitações peculiares aos homens. A diferença seria que o arrependimento de Deus acontece a despeito de sua perfeita presciência, enquanto maior parte do arrependimento humano ocorre porque nos falta a presciência. A maneira de Deus “se arrepender” é peculiar a Ele mesmo. Deus “não é homem, para que se arrependa” (da maneira como o homem se arrepende em sua ignorância do futuro). Quando Deus diz: “Arrependo-me de haver constituído Saul rei”, não é a mesma coisa que dizer: “Eu não o teria feito rei, se eu soubesse que isto ia acontecer”. Deus é capaz de sentir tristeza por um ato que Ele praticou mesmo diante de sua presciência de mal e dor, e, ainda assim, levar o ato avante e concretizá-lo tendo em vista razões sábias. E mais tarde, quando olha para seu ato passado, Ele sente tristeza que o ato levou a tristes reações, tais como a desobediência de Saul. Por isso, temos a nossa preciosa garantia de Números 23.19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” Eu a chamo de preciosa porque, como este versículo torna este assunto mais claro do que 1 Samuel 15.29, o compromisso de Deus com suas promessas depende de sua capacidade de não se arrepender como o homem. Em outras palavras, as promessas de Deus não estão em risco, porque Deus pode prever todas as circunstâncias. Ele sabe que nada acontecerá que O leve a retroceder em suas promessas. Isto é descanso para nossa alma. Leia mais: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/03/devocional-john-piper-deus-nao-se-arrepende-como-o-homem/#ixzz2PtqfTzUr   O Arrependimento de Deus por Rev. Josivaldo de França Pereira A palavra hebraica para arrependimento é noham. É usada para indicar tanto o arrependimento humano quanto o arrependimento de Deus no Antigo Testamento. É do conhecimento de todos que a Bíblia fala do arrependimento de Deus. Mas como o arrependimento de Deus deve ser entendido? Será que o arrependimento humano serve de parâmetro para o arrependimento de Deus? O arrependimento de Deus é o mesmo dos homens? Deus realmente se arrepende? Antes de responder a estas perguntas, é preciso observar, primeiramente, que a Bíblia trata do arrependimento de Deus nas seguintes passagens: Gênesis 6.5-7 (Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis, e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito); Êxodo 32. 12 (Por que hão de dizer os egípcios: Com maus intentos os tirou, para matá-los nos montes e para consumi-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo); I Samuel 15.10,11,35 (Então, veio a palavra do SENHOR a Samuel, dizendo: Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras...O SENHOR se arrependeu de haver constituído Saul rei sobre Israel); 2 Samuel 24.16 (Estendendo, pois, o Anjo do SENHOR a mão sobre Jerusalém, para a destruir, arrependeu-se o SENHOR do mal e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, retira a mão...); Jeremias 18.7,8 (No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe); Joel 2.13 (Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal); Jonas 3.10 (Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez). Como entender estas passagens à luz de um contexto bíblico mais amplo? Cremos que o Dr. James Packer está correto quando diz: "A referência em cada caso é sobre a anulação de um prévio tratamento dispensado a certos homens, como conseqüência da reação deles a esse tratamento. Mas não há sugestão de que essa reação não tenha sido prevista, ou que Deus tenha sido tomado de surpresa, e que não estivesse estabelecida em seu plano eterno. Não há mudança alguma em seu propósito eterno quando Ele começa a agir em relação a um homem de maneira diferente". Além dos textos bíblicos acima, outras passagens são categóricas em afirmar que Deus nunca se arrepende: Números 23.19 (Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?); I Samuel 15.29 (Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa); Oséias 13.14 (...Meus olhos não vêem em mim arrependimento algum). Não existe contradição alguma entre os textos que dizem que Deus se arrepende e os que afirmam de outra maneira. Pelo contrário, essas três últimas passagens bíblicas estabelecem definitivamente que o arrependimento de Deus nunca deve ser entendido como o arrependimento humano. E por que não? Simplesmente porque o arrependimento do homem é causado pelo reconhecimento de uma atitude precipitada, como resultado da ignorância do que havia de acontecer. Nós nos arrependemos porque erramos. No caso de Deus é extremamente diferente. Ele jamais comete erros. Em Deus "não pode existir variação, ou sombra de mudança" (Tg 1.17). Quando a Bíblia fala de Deus se arrependendo e mudando sua intenção para com o homem, "evidentemente é só a maneira humana de falar. Na realidade a mudança não é em Deus mas no homem e nas relações do homem com Ele" (L. Berkhof). Pink complementa: "Quando fala de si mesmo, Deus freqüentemente acomoda a Sua linguagem às nossas capacidades limitadas. Ele Se descreve a si mesmo como revestido de membros corporais como olhos, ouvidos, mãos, etc. Fala de Si como tendo despertado (Salmo 78.65) e como ‘madrugando’ (Jeremias 7.13), apesar de que Ele não cochila nem dorme. Quando Ele estabelece uma mudança em Seu procedimento para com os homens, descreve a Sua linha de conduta em termos de arrepender-se". Em suma, o arrependimento de Deus não ocorre por causa de qualquer mudança nEle, mas por causa de nossa mudança para com Ele. Rev. Josivaldo de França Pereira - Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (I.P.B.) em Santo André - SP. Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (J.M.C. - SP), Licenciado em filosofia pela F.A.I. (Faculdades Associadas Ipiranga - SP) e mestrando em missiologia pelo Seminário Teológico Sul Americano (S.T.S.A.) em Londrina - PR.  

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